Ergo Proxy é um anime produzido pela Manglobe em 2006 com 23 episódios, com excelente qualidade de animação, muito detalhista e com uma estética art-dèco futurística fantástica e detalhista. A trilha sonora é ótima. Na entrada do anime temos a música Kiri do Monoral e no término Paranoid Android do Radiohead, que por si só já valem assistir o anime.
Em um mundo cyberpunk pós-apocalíptico, humanos cidadãos vivem em cidades utópicas, lideradas por uma monarquia, isoladas por domos do mundo exterior contaminado. Convivem pacificamente com os AutoReivs, que são um misto de androide ajudante e melhor amigo. Também há uma casta inferior, de imigrantes que desejam tornar-se cidadãos e fazem trabalhos braçais. Vincent Law é um desses imigrantes, que ama platônicamente Re-l, que pertence à realeza.
Re-l trabalha como chefe de polícia, e segue uma investigação onde suspeita-se que humanos estão sendo assassinados por AutoReivs que tornaram-se agressivos ao serem contaminados pelo vírus Cogito. Em uma das cenas do crime, entra em contato com o monstruoso ser Proxy, um bem guardado segredo.
Sem querer dar muitos spoilers, Ergo Proxy é um anime adulto, apresentando em seu roteiro várias situações que levam a discussões filosóficas sobre a razão de viver (joie-de-vivre), teologia, criação da humanidade, reprodução extra-útero, limites éticos da ciência e aceitação da Inteligência Artificial. Até os últimos episódios o anime consegue criar uma aura de obscuridade de o que é um Proxy e a sua função. Tem alguns episódios que lembram um filme de David Finch, com estranhos momentos desconfortáveis, psicológicos e com tempo não linear. Para aumentar a esquisitice, tem dois episódios completamente desconexos da trama, apresentando um Show de Perguntas com Vincent Law e outro que lembra cartoons clássicos da Hanna-Barbera e Disney. E, surpreendentemente, os últimos episódios respondem satisfatóriamente a quase todas perguntas levantadas.
Todos personagens são cativantes, muito bem desenvolvidos e profundos em suas motivações, em nenhum momento caricatos. Não há vilões em Ergo Proxy. Somente seres falhos em suas escolhas.
Fonte: Iniciativa Global
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